Madrid acompanha com empolgação o aumento do turismo internacional, que bateu recorde atrás de recorde nos últimos anos. A capital recebia mais turistas nacionais do que estrangeiros até 2015. Agora o jogo virou. A Comunidade de Madrid é, inclusive, a região que mais cresce em turismo internacional na Espanha.
O patrimônio histórico e cultural, a gastronomia e as compras são atrativos muito citados pelos visitantes. Apesar de deixar a cidade satisfeito com as opções de hospedagem, o transporte público e a segurança, o turista costuma voltar mesmo por causa da intensa e variada oferta de lazer.
Embora ainda não esteja entre os principais destinos da Europa, Madrid já é a quarta cidade onde o turista internacional mais gasta no continente (superada apenas por Londres, Paris e Barcelona). Ou seja, gasta-se mais por aqui do que em muitas cidades mais visitadas, como Roma.
O gasto médio por turista em Madrid chegou a 1.542 euros em 2016 – 53% a mais do que a média em Barcelona, onde o turismo é mais forte e se gasta mais no total. Eu entendo, pois venho gastando mais do que deveria por aqui. Madrid é, de fato, uma cidade muito viva e cheia de opções. Desabafo feito; vamos voltar ao que interessa.

Em 2017, Madrid abrigou com sucesso o World Pride e aproveitou para mostrar ao mundo sua faceta acolhedora, tolerante, inclusiva, plural e livre, além de muito divertida. Num momento em que países e capitais da Europa fecham a cara para os imigrantes, Madrid está mais multicultural do que nunca.
A cidade reflete, cada dia mais, a proposta de governo de sua prefeita, Manuela Carmena, uma juíza que defende a política como ocupação ocasional, e não como uma carreira profissional.
Admiradora de Pepe Mujica e ex-militante do Partido Comunista Espanhol, Carmena foi advogada dos trabalhadores presos durante a ditadura de Franco. Eleita em 2015 como candidata do Ahora Madrid, que reuniu partidos de esquerda e movimentos sociais, Manuela pôs fim à hegemonia do conservador PP, partido neoliberal que governou a capital por décadas.
Desde que elegeu sua prefeita, Madrid apresentou um rei Baltasar negro – sem blackface pela primeira vez – e com trajes africanos durante a tradicional Cavalgada de Reis, instalou sinais de trânsito com imagens de mulheres e de casais do mesmo sexo (foto), liderou o dia sem maiô nas piscinas públicas, abriu suas portas para os refugiados (foto) e regularizou a situação dos okupas que invadiam os edifícios sem uso.
Além disso, Manuela é militante feminista e tem batalhado pela causa.

Outro dado interessante: a prefeitura criou um portal para ouvir a opinião da população sobre mudanças no urbanismo da capital. O plano é construir uma cidade mais humana, acessível e próxima do cidadão. Já votei em algumas propostas pelo portal, como a de ampliação da calçada na Gran Vía, avenida que fica no coração de Madrid. A partir do fim de 2018, a rua terá mais espaço para pedestres e ciclistas.
Aos poucos, Madrid vai ganhando uma nova cara – e caras novas. O que não muda é a disposição dos madrileños para aproveitar a vida e, sobretudo, a noite. Se você curtiu os novos caminhos da capital e ficou com vontade de incluir a cidade que nunca dorme no seu próximo roteiro, fique de olho no blog. Se já está por aqui, melhor ainda. Vamos descobrindo e redescobrindo Madrid juntos. Prometo posts menores e com mais dicas daqui pra frente.
Vem, gente! =)
Que delícia de texto! Eu conheço Madrid superficialmente, mas vi através dos seus olhos uma Cidade cheia de cultura e coisa gostosa pra fazer. Amei ler tudo isso. E vou. VOU MESMO!!!
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Uau, adorei o recado! Madrid é uma cidade incrível e vive um momento especial! Vale a visita mesmo =)
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amei!! o texto, o blog, tudo! quero muito visitar!
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Favor incluir Madrid no seu próximo roteiro bombástico, Lu! Te esperando 😘
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