A imprensa madrilenha dava como certa a transferência de Luis Suárez para o Atlético de Madrid, mas o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, insistia em jogar água no chopp do Atleti. Enquanto isso, o uruguaio treinava em clima de despedida para, em seguida, deixar o CT visivelmente emocionado. O anúncio oficial veio só por volta de meia-noite nas redes sociais dos clubes. Suárez é do Atlético de Madrid por dois anos.
Ele queria cumprir o último ano de contrato no Barça, mas foi sentindo que perdia espaço com a reformulação comandada por Ronald Koeman. Até que recebeu uma ligação do técnico comunicando que de fato não fazia parte dos planos para a temporada.
A diretoria, num primeiro momento, parecia disposta a facilitar a saída do centroavante. Primeiro surgiu a possibilidade de se transferir para a Juventus, mas não rolou. Quem acabou na Juve foi Morata, emprestado justamente pelo Atlético. Com isso, abriu uma vaga no ataque rojiblanco.
No Atlético atual, só costuma chegar um jogador se outro sair. O timing era perfeito. Tudo o que o Atleti precisa é de gol. Suárez, terceiro maior artilheiro da história do Barcelona, precisava de um time competitivo e um técnico que contasse com ele. Foi aí que Simeone entrou em campo. O treinador queria demais Suárez no Metropolitano e falou diretamente com o jogador.
Suárez gostou da ideia e aproveitou para conversar com Griezmann sobre o clube e a torcida. A partir daí, deu prioridade ao Colchonero. O Atlético não fazia parte da lista de vetos do Barcelona, que obviamente incluía o Real Madrid, mas Bartomeu não se animou em reforçar um adversário direto na luta pelo título da LaLiga.
A transferência de Villa, que fez o mesmo caminho em 2013, foi relembrado nos bastidores de Barcelona. E eu lembro bem que a diretoria do Atlético deu um trabalhão ao rival na venda de Griezmann há pouco tempo.
Diante dos obstáculos impostos pelo Barcelona, Suárez foi enfático: Atlético ou Atlético. O presidente catalão acabou aceitando a última proposta: 6 milhões de euros a serem pagos por metas alcançadas. Ou seja, num primeiro momento, Suárez chega de graça a Madrid.
Com isso, a diretoria do Atlético cumpre suas duas metas com louvor: contratar um goleador de alto nível e manter a folha salarial intacta, já que Luisito vai ganhar exatamente o que Morata ganhava (cerca de 9 milhões de euros por ano). Foi uma jogada e tanto.
Suárez fez 198 gols em 283 jogos pelo Barcelona. No total, faturou uma Champions, um Mundial, quatro Ligas, quatro Copas do Rei, uma Supercopa da Europa e duas Supercopas da Espanha.
Não se sabe ao certo como o atacante está fisicamente (foram duas cirurgias nos últimos anos), mas a expectativa na capital é enorme. Ele ainda vai fazer exames no Atlético antes de ser apresentado.
Atualizando: foram dois gols e uma assistência em 20 minutos em campo no primeiro jogo de Suárez pelo Atlético. Nada mal.
Faltam aproximadamente duas semanas para a janela de transferência fechar e a diretoria segue trabalhando nos bastidores. Aliás, Cavani também estava na lista do clube. Pois é, o Atlético adora jogadores uruguaios.
Não sei se o interesse vai esfriar com a chegada de Suárez. Espero que não. De todo modo, Cavani teria mais chance de ser contratado caso Diego Costa saísse – e, pelo que pesquisei, não houve propostas ainda.
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